Terapia online funciona?

O atendimento psicológico com profissionais qualificados — mesmo na modalidade online — gera diversos benefícios para a saúde.

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Natalie Campos

Um estudo publicado em 2020 no eClinicalMedicine, parte do grupo The Lancet, aponta que a redução de sintomas depressivos pode ser tão eficaz na terapia online quanto na presencial. Outro estudo, desta vez brasileiro, analisou a eficácia da terapia online em reduzir sintomas psiquiátricos associados à pandemia, como depressão, solidão e trauma, constatando que o tratamento foi positivo para os pacientes.

Ambas as pesquisas examinaram a terapia cognitivo-comportamental (TCC), abordagem amplamente corroborada por evidências científicas e útil para tratamento de transtornos diversos, como ansiedade e depressão.

Para muitos profissionais, o formato online não altera o vínculo estabelecido com o paciente nas consultas. Pode ser que sejam necessárias alterações em algumas intervenções, assim como lidar com a falta de deixas corporais que podem não ser visualizadas, mas, em geral, a Ciência vem mostrando que os benefícios da terapia online compensam.

Para quem é recomendada a terapia online?

A terapia online permite a manutenção do processo terapêutico para aqueles que já estão em tratamento, assim como o início por parte de quem deseja atendimento psicológico. Não é necessário apresentar adoecimento: o pré-requisito para a realização de terapia é, em si, o desejo de realizá-la. 

O atendimento psicológico com profissionais qualificados pode promover benefícios diversos, incluindo melhorias na qualidade de vida, autoconhecimento e autossatisfação. O atendimento a distância já vinha se tornando mais frequente nos últimos anos, mas a discussão se tornou mais urgente com a pandemia de covid-19, que, além de impossibilitar atividades presenciais, provocou aumento na demanda do serviço.

Existem abordagens diversas dentro da psicologia que podem promover experiências diferentes a cada indivíduo, como a terapia cognitivo-comportamental ou o psicodrama. O vínculo do paciente estabelecido com o profissional e seu estilo de atendimento também é importante, portanto não hesite em testar novas abordagens e novos psicólogos caso não tenha se adequado a um.

Além dos benefícios do próprio tratamento psicológico, a terapia online se mostra como uma modalidade mais flexível e acessível em sua logística. O processo é facilitado ao passo que barreiras físicas são eliminadas, reduzindo tempo e dinheiro gastos ao se deslocar para outros ambientes.

Como funciona o atendimento psicológico online?

Somente profissionais cadastrados junto ao sistema específico dos conselhos de psicologia podem oferecer atendimento psicológico online. Você pode conferir os profissionais que estão autorizados a realizar a terapia no site do e-Psi.

Os atendimentos podem ser realizados de forma síncrona, em tempo real, ou assíncrona, com o uso de dispositivos como mensagens e e-mails. Na primeira modalidade, algumas pessoas fazem o uso de plataformas de videochamadas, enquanto outras se comunicam apenas por voz, facilitando em casos de internet lenta ou abordagens terapêuticas específicas.

O uso de fones de ouvido é recomendado tanto para pacientes quanto para psicólogos que realizam atendimentos de forma online, visando maior privacidade e manutenção do sigilo. (Fonte: Shutterstock/Reprodução) 

Mesmo no ambiente online, os psicólogos estão comprometidos com os princípios éticos da profissão, incluindo a manutenção de sigilo e da qualidade dos serviços prestados, podendo ser denunciados ao conselho profissional em caso de infrações.

É indicado que o paciente, assim como o profissional, preste atenção ao ambiente físico em que será realizado o atendimento. Também é importante para o processo terapêutico evitar o excesso de ruído e circulação de outras pessoas, sendo recomendável a busca por ambientes privados e o uso de fones de ouvido.

Quem não pode ser paciente da terapia online?

Em resolução de 2018, o Conselho Federal de Psicologia (CFP) estabeleceu como inadequado o atendimento online a pessoas e grupos em situação de urgência e emergência, de desastres, de violação de direitos ou de violência.

Tal restrição foi excepcionalmente suspensa durante a pandemia, para evitar a falta de assistência psicológica a tais populações. Ainda assim, o CFP recomenda que o acolhimento em situações de urgência e emergência seja realizado preferencialmente de forma presencial.

Referências: CRP-PR | The Lancet | CRP-PR | PEPSIC | PEPSIC | PAHO | American Psychological Association | Uol

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