A leptospirose é uma doença bacteriana que afeta humanos e animais. Sua maior incidência está associada ao período de chuvas, quando as enchentes costumam ser mais comuns e facilitam o contato com a bactéria Leptospira. O micro-organismo pode estar presente principalmente na urina de ratos, mas também de cães, bovinos, suínos e, mais raramente, gatos.
Nem todas as pessoas infectadas apresentam sinais. No entanto, quando aparecem, os primeiros indícios da leptospirose podem ser facilmente confundidos com sintomas de outras doenças. Sem o diagnóstico e o tratamento adequados, as infecções podem levar a danos nos rins, meningite, insuficiência hepática, dificuldade respiratória e até morte.
Como acontece a transmissão da leptospirose?
A leptospirose é transmitida principalmente pelo contato direto com urina, sangue ou tecido de roedores infectados ou indireto a partir de água ou solo úmido contaminados. A bactéria é capaz de viver nos rins dos animais infectados sem provocar sintomas; no meio ambiente, o micro-organismo pode sobreviver até 6 meses após ser excretado pela urina.
Agricultores, veterinários, trabalhadores de limpeza de esgoto e outros profissionais cuja ocupação envolva contato com animais, especialmente ratos, estão mais expostos à doença. No Brasil, devido à ausência de saneamento básico e ao grande número de ratos urbanos, o número de casos aumenta sempre que ocorrem enchentes e inundações.
Prevenção da doença
A leptospirose pode ser prevenida ao se evitar o contato com água não tratada, como no caso de rios e lagos, enchentes e lama que pode estar potencialmente contaminada pela urina de ratos. Caso seja inevitável o toque, é recomendável usar botas e luvas de borracha. Na ausência desses itens, sacos plásticos duplos podem ser amarrados nas mãos e nos pés para evitar o contato com a água.
Reservatórios, como piscinas e tanques, e objetos impermeáveis que entraram em contato com água ou lama de inundações devem ser desinfetados com hipoclorito de sódio (água sanitária). De forma mais ampla, o controle da leptospirose depende de medidas de saneamento básico e limpeza urbana, como desratização.
Quais são os sintomas da leptospirose?
Os sintomas da leptospirose incluem febre alta, dor de cabeça, calafrios, dores musculares, especialmente na panturrilha (batata da perna), conjuntivite, tosse, cansaço, diarreia e vômitos. Nas formas mais graves, podem ocorrer problemas renais ou hepáticos e às vezes manchas vermelhas no corpo. Em algumas pessoas, a infecção pode ser leve e sem sinais óbvios.
O período de incubação é geralmente de 10 dias, mas pode variar de 2 a 21 dias. Os sintomas podem durar de alguns dias a várias semanas, mas costumam regredir a partir do terceiro ou do quarto dia da infecção. A forma grave, também conhecida como doença de Weil, costuma apresentar melhoria e depois piora do quadro geral.
Como descobrir se está com leptospirose?
Como os sintomas da leptospirose são parecidos com os sinais de outras doenças, como dengue, gripe, malária e hepatite, exames laboratoriais são importantes para se fazer o diagnóstico adequado. Quanto antes for diagnosticada, maiores são as chances de tratamento e de menores complicações.
A ferramenta mais utilizada para o diagnóstico são os exames de sangue, que podem identificar anticorpos contra a bactéria no organismo, mas os resultados são mais demorados. A identificação mais rápida é realizada a partir da reação a polimerase em cadeia (PCR), exame usado também para detectar a covid-19, sendo capaz de identificar o DNA da Leptospira.
Como tratar leptospirose?
O tratamento da leptospirose em humanos é realizado a partir da prescrição médica de antibiótico como penicilina, além de hidratação. Outros remédios podem ser indicados pela equipe médica para aliviar sintomas como febre, no entanto o ácido acetilsalicílico (AAS) é contraindicado.
Nos cenários mais graves, pode ser necessária terapia de substituição renal, como hemodiálise, para auxiliar no funcionamento dos rins. Além disso, pessoas com infecções mais avançadas podem ser tratadas com suporte ventilatório e hemoderivados.
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Referências: Dráuzio Varella | Pebmed | Ministério da Saúde | Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz)