A vacinação durante a gravidez tem importante papel na prevenção de doenças. Tanto a mãe quanto o bebê estarão seguros ao seguirem o calendário vacinal. A Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) afirma que a mãe transfere seus anticorpos ao bebê de duas formas: pela placenta e por meio do leite materno.
A gestação é um período de muitas alterações fisiológicas na saúde da mulher, pois nessa fase sua imunidade pode ficar comprometida; por essa razão, existem algumas vacinas cuja aplicação não é recomendada. Por outro lado, as vacinas indicadas durante esse período têm como objetivo garantir que a mãe e o bebê não apresentem complicações decorrentes de doenças que poderiam ser evitadas com a imunização.
O calendário de vacinação da gestante
De acordo com o Ministério da Saúde, o Programa Nacional de Imunização (PNI) oferece três vacinas que devem ser aplicadas na gestação: hepatite B, dTpa (tríplice bacteriana acelular do tipo adulto) e vacina da gripe.
Hepatite B
A vacina da hepatite B é composta de três doses e pode ser aplicada desde o primeiro trimestre de gestação. Caso a gestante já tenha sido imunizada, não é necessário repetir a dose.
A hepatite B é uma infecção ocasionada por vírus e pode ser transmitida da mãe para o bebê. Essa infecção está relacionada a baixo peso ao nascer, prematuridade e morte fetal ou perinatal.
dTpa
A vacina tríplice bacteriana acelular do tipo adulto protege a gestante contra difteria, tétano e coqueluche. É aplicada a partir da 20ª semana de gestação; caso ocorram outras gestações no futuro, a mulher deve receber novamente a vacina dTpa.
Gripe
A gripe, causada pelo vírus influenza, pode provocar febre, tosse, dor de cabeça e de garganta. Nos casos mais graves, pode ocorrer dor muscular intensa, falta de ar, febre por mais de 3 dias e em último caso levar à morte.
Segundo a coordenadora nacional de Imunizações do Ministério da Saúde, Carla Domingues, a vacina da gripe é segura. A especialista afirma que, após o nascimento, o bebê só pode tomar a vacina da gripe aos 6 meses de idade, por isso receber a imunização durante a gestação oferece proteção nos primeiros meses de vida da criança.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), a vacina contra a gripe reduz em 69% a incidência da doença nas mães e nos bebês.
Vacinas contraindicadas para a gestante
A aplicação de algumas vacinas não é recomendada durante o período gestacional. Os imunizantes contraindicados compreendem as vacinas contra febre amarela, papilomavírus humano (HPV), varicela, tríplice viral e dengue. Essas vacinas apresentam o vírus ou a bactéria atenuada, por isso podem apresentar risco de infecção.
Uma exceção pode ser a vacina da febre amarela para gestantes que moram em locais considerados de risco, podendo haver a liberação médica para receber o imunizante. Nesse caso, o risco de contrair a doença é maior do que o risco da vacinação. Cada paciente deve ser avaliado pela equipe médica, assim como os riscos e os benefícios devem ser levados em consideração.
A Febrasgo afirma que profissionais obstetras devem ter papel educativo em relação à vacina. A prescrição do imunizante tem o papel de contribuir para o bem-estar da gestante e de toda a população. Além disso, a federação defende que a vacinação deve ser tema de consultas ginecológicas de rotina, ainda na etapa de preconcepção, quando a mulher se torna mais receptiva à vacina, pois busca uma gestação saudável e segura.
De acordo com a SBP, a maior parte das vacinas que não foram recebidas durante a gravidez pode ser tomada no pós-parto imediato. A exceção é a vacina da febre amarela, que deve aguardar a interrupção do aleitamento materno por 10 dias, caso o bebê tenha menos de 6 meses.
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Referências: Fetalmed | Tua Saúde | Clinica Imunize | Febrasgo | gov.br | Febrasgo | Sociedade Brasileira de Pediatria | Portal de Boas Práticas | gov.br