Um estudo publicado em 2020 no eClinicalMedicine, parte do grupo The Lancet, aponta que a redução de sintomas depressivos pode ser tão eficaz na terapia online quanto na presencial. Outro estudo, desta vez brasileiro, analisou a eficácia da terapia online em reduzir sintomas psiquiátricos associados à pandemia, como depressão, solidão e trauma, constatando que o tratamento foi positivo para os pacientes.
Ambas as pesquisas examinaram a terapia cognitivo-comportamental (TCC), abordagem amplamente corroborada por evidências científicas e útil para tratamento de transtornos diversos, como ansiedade e depressão.
Para muitos profissionais, o formato online não altera o vínculo estabelecido com o paciente nas consultas. Pode ser que sejam necessárias alterações em algumas intervenções, assim como lidar com a falta de deixas corporais que podem não ser visualizadas, mas, em geral, a Ciência vem mostrando que os benefícios da terapia online compensam.
Para quem é recomendada a terapia online?
A terapia online permite a manutenção do processo terapêutico para aqueles que já estão em tratamento, assim como o início por parte de quem deseja atendimento psicológico. Não é necessário apresentar adoecimento: o pré-requisito para a realização de terapia é, em si, o desejo de realizá-la.
O atendimento psicológico com profissionais qualificados pode promover benefícios diversos, incluindo melhorias na qualidade de vida, autoconhecimento e autossatisfação. O atendimento a distância já vinha se tornando mais frequente nos últimos anos, mas a discussão se tornou mais urgente com a pandemia de covid-19, que, além de impossibilitar atividades presenciais, provocou aumento na demanda do serviço.
Existem abordagens diversas dentro da psicologia que podem promover experiências diferentes a cada indivíduo, como a terapia cognitivo-comportamental ou o psicodrama. O vínculo do paciente estabelecido com o profissional e seu estilo de atendimento também é importante, portanto não hesite em testar novas abordagens e novos psicólogos caso não tenha se adequado a um.
Além dos benefícios do próprio tratamento psicológico, a terapia online se mostra como uma modalidade mais flexível e acessível em sua logística. O processo é facilitado ao passo que barreiras físicas são eliminadas, reduzindo tempo e dinheiro gastos ao se deslocar para outros ambientes.
Como funciona o atendimento psicológico online?
Somente profissionais cadastrados junto ao sistema específico dos conselhos de psicologia podem oferecer atendimento psicológico online. Você pode conferir os profissionais que estão autorizados a realizar a terapia no site do e-Psi.
Os atendimentos podem ser realizados de forma síncrona, em tempo real, ou assíncrona, com o uso de dispositivos como mensagens e e-mails. Na primeira modalidade, algumas pessoas fazem o uso de plataformas de videochamadas, enquanto outras se comunicam apenas por voz, facilitando em casos de internet lenta ou abordagens terapêuticas específicas.
Mesmo no ambiente online, os psicólogos estão comprometidos com os princípios éticos da profissão, incluindo a manutenção de sigilo e da qualidade dos serviços prestados, podendo ser denunciados ao conselho profissional em caso de infrações.
É indicado que o paciente, assim como o profissional, preste atenção ao ambiente físico em que será realizado o atendimento. Também é importante para o processo terapêutico evitar o excesso de ruído e circulação de outras pessoas, sendo recomendável a busca por ambientes privados e o uso de fones de ouvido.
Quem não pode ser paciente da terapia online?
Em resolução de 2018, o Conselho Federal de Psicologia (CFP) estabeleceu como inadequado o atendimento online a pessoas e grupos em situação de urgência e emergência, de desastres, de violação de direitos ou de violência.
Tal restrição foi excepcionalmente suspensa durante a pandemia, para evitar a falta de assistência psicológica a tais populações. Ainda assim, o CFP recomenda que o acolhimento em situações de urgência e emergência seja realizado preferencialmente de forma presencial.
Referências: CRP-PR | The Lancet | CRP-PR | PEPSIC | PEPSIC | PAHO | American Psychological Association | Uol